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Mostrando postagens de 2015

A morte da dor

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Sempre imaginei como seria morrer de dor. Não que eu queira é claro, mas temos que admitir que algumas mortes épicas recheadas de dor ficam na nossa memória por muito tempo. Curiosidade mórbida, talvez. Como ser vivo e potencial candidato a morrer, confesso que fico impressionado mais do que o normal com a possibilidade de ser "agraciado" com uma morte temperada de dor lancinante. Não me entendam mal, não sou do tipo que tem frescura para dor, na verdade, me considero até bem resistente a esta provação. Felizmente, em minha vida não tive muitas experiências dolorosas extremas, mas já queimei a mão com ferro de passar (deixando um enorme "V" na palma), caí de árvores e muros, levei pedrada na cabeça (a ponto de ser banhado com meu sangue), cortei o pé bem fundo (a ponto de deixar claras pegadas vermelhas no chão), ralei todas as extremidades de membros imagináveis, tive crises renais homéricas, enxaquecas memoráveis e me envolvi em várias brigas com "amigos

Matrix e religiosidade

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Como sabemos, a chamada matrix  do filme "The Matrix"  era uma prisão para sua mente. Um programa de imersão mental que mantinha sua mente saudável enquanto seu corpo boiava serenamente em uma cápsula de captação de bioenergia. Mergulhado nela, uma pessoa normal sequer podia ter consciência de seu cárcere ou de sua real condição de "bateria humana". Tal era a imersão no mundo-simulacro que o cérebro não conseguia distinguir as sensações e experiências virtuais da realidade de fato. Era um sonho vívido. Essencialmente, o mundo da matrix, para a maioria dos humanos, era o mundo real. Apesar de sua onipresença, apesar de ser tudo o que a pessoa tinha e sentia, apesar dela cercar literalmente a pessoa e se apresentar de forma onipresente, a matrix também era, concomitantemente, intangível, intocável, indetectável e invisível. Ter consciência da matrix inserido nela era uma tarefa que demandava muito mais que fé, demandava também um instinto pessoal de que algo estav

TDAH - Despertem desta farsa e salvem nossas crianças

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Do que é capaz um homem em nome do dinheiro? Vamos pensar. Seria capaz de inventar, deliberadamente, uma doença para faturar com os dividendos de vendas de medicamentos da indústria farmacêutica? Sim? Então vamos tornar a coisa mais inverossímil, piorando um pouco essa história. Pois que esta doença seja "criada" como um transtorno infantil, já que crianças são vítimas fáceis para nossa trama funestra. Ainda não está bom para você? Então vamos dizer que um pseudomedicamento elaborado especialmente para esta doença fictícia seja um psicotrópico com potencial de dependência química, afinal, nada melhor para garantir os dividendos a longo prazo. Vamos incrementar um pouco mais dizendo que este suposto psicotrópico possa causar, além da dependência esperada, insônia, surtos psicóticos, piora na cognição e atenção (sic! mas, hein?!?), alucinações, morte súbita e até evoluir para tendências homicidas e suicidas! Muito forçado para ser um exercício mental? Bom, vamos agora sa

A comida da matrix - Alimentos Antinutricionais

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No filme "The Matrix", os revoltosos que conseguiam fugir da prisão mental, a matrix, tinham o prazer ou desprazer de comer de verdade e pela primeira vez um alimento sólido. Um grande avanço para eles se considerarmos que a alimentação padrão era via intravenosa.  A parte chata dessa história gastronômica de autodescoberta é que a comida, de fato, não melhorava. Na realidade, piorava bem. Talvez não no aspecto nutricional, mas com relação a todos outros aspectos do que seja uma boa e completa refeição. Afinal, comer não é apenas suprir as necessidades fisiológicas do corpo. Assim, a comida não colaborava para uma redução do trauma de "despertar" para a realidade. Pudera, eles saíam de um ambiente civilizado, com comida normal e farta ainda que virtual, para uma cenário bélico com comida irreconhecível e escassa, ainda que real. Na guerra, como bem sabemos, não é comum que se tenha ambrósia e néctar dos deuses do Olimpo à disposição. Fora da matrix, os desperto

Consciência vegetal - Você fala com plantas?

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No início dos anos noventa, comecei o meu estágio da área técnica na Eletropaulo, atualmente a EMAE. Foi meu primeiro estágio, mais precisamente, meu primeiro trabalho. Tudo era novidade para mim. Era um misto de tensão e descoberta contínuos. Esse ambiente estimulante somado às exigências do colégio, criaram um cenário bem desafiador. Na verdade, apesar de estressante, o tratamento de choque foi gratificante e todas aquelas mudanças me tornaram um aluno mais organizado e uma pessoa mais responsável. Não preciso dizer que eu estava sempre na correria e com a mente tão ocupada que não sobrava tempo nem para pensar em outras coisas. Em uma das etapas do estágio eu fui trabalhar na área encarregada das barragens da companhia. Lá eu conheci a pessoa que seria minha nova chefe (tive vários chefes naquele ano), era uma garota muito simpática que me acolheu muito bem, vamos chamá-la de Carol. Carol era, na verdade, uma espécie de coordenadora do meu estágio, encarregada de me passar servi

Um conto de matrix - A origem do sobrenatural

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O mundo simulado de matrix sempre precisou dos "Mantenedores", programas humanoides com funções diversas associadas ao equilíbrio e estabilidade da realidade do mundo virtual da matrix. Os agentes, por exemplo, eram um tipo de "mantenedor" encarregado do policiamento, captura e limpeza de elementos potencialmente perigosos para este equilíbrio. As máquinas chamavam este tipo de programa de unidades VISHNU. Era de se esperar que o mainframe principal, também chamado de "O Arquiteto" (aquele que governa a matrix e as máquinas do mundo real), tivesse controle total sobre estes indivíduos. Mas não era assim, o ambiente simulado se propunha a retratar a realidade de forma tão precisa que isto, por si só, já criava nichos obscuros, verdadeiros esconderijos dentro da própria matrix. Por isso, os rebeldes podiam, desde que fossem discretos, perambular e agir dentro da matrix livre e impunemente. O agente Smith logo se tornaria o caso mais emblemático de des

Matrix e o entrelaçamento quântico

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A teoria quântica possui tantos conceitos pouco ortodoxos, para não dizer malucos, que a física quântica tem muitas vezes se fundindo com uma gama imensa de conceitos holísticos, espirituais, esotéricos e por aí vai. Nada contra, afinal com provar o contrário? Ademais, vou tentar associar ela com fatos de um filme, que credibilidade eu tenho? Mas vamos lá. No mundo quântico, aparentemente, as partículas subatômicas fazem o diabo. Coexistem em lugares diferentes ao mesmo tempo, voltam no tempo, coexistem no mesmo espaço com outros elementos ao mesmo tempo e por aí vai... Para muitos físicos, a característica mais maluca é o que chamaram de entrelaçamento quântico. A ideia também não é nova tanto que, mais uma vez, o próprio Einstein deu seu veredito chamando o fenômeno do entrelaçamento quântico, escrachadamente, de "ação fantasmagórica à distância". Não que ele achasse que houvesse algo de errado com a teoria quântica, até porque ele mesmo confirmou as afirmações, mas

Física quântica e a Hipótese da Simulação

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A física quântica trata do comportamento físico específico das partículas subatômicas, como o elétron por exemplo. O fato é que a física quântica é tão controversa que até mesmo Einstein a renegou. Os seus padrões - ou falta deles - eram tão logicamente inaceitáveis que o gênio da física simplesmente resolveu ignorar sua existência, afirmando: "Deus não joga dados" ou "Eu gosto de pensar que a lua continua lá, mesmo quando eu não estou olhado para ela". Mas o quê, afinal de contas, é tão inacreditável no mundo subatômico? Bom, muitas coisas, mas para começar vamos falar um pouco do experimento da fenda dupla. Este experimento foi criado para se determinar definitivamente se o elétron era uma partícula, como um pedacinho minúsculo de matéria, ou uma onda, como um raio de luz. Os físicos sabem como estes elementos se comportam de maneira que, se descobríssemos como o elétron se descola, concluiríamos sua identidade secreta, ou seja, se ele é uma partícula ou uma

A comida da Matrix - Soylent 2.0

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Você já ouviu falar do Soylent? Se não conhece, trata-se de um composto alimentar que se propõe a substituir as refeições de maneira a "eliminar" a necessidade de comer tradicionalmente, além de tornar absoleto atos como o de comprar comida, preparar os alimentos e, consequentemente, todos os utensílios, eletrodomésticos e apetrechos dedicados ao fim alimentício, que vai da geladeira (o produto não necessita de refrigeração) aos pratos e talheres (pode ser bebido na própria garrafa em embalagem reciclável). Seu inventor, o engenheiro de software , Rob Rhinehart criou o alimento a cerca de um ano, pois achava que seu dia não era suficiente para as necessidades diárias de seu trabalho e pensou que, se eliminasse o tempo gasto nas refeições, isso seria saneado satisfatoriamente. Apesar de aparentar ser uma ideia mirabolante, o produto tem tido aceitação no mercado e já está em sua terceira versão, chamada de Soylent 2.0. A Primeira versão era em forma de pó, a segunda com

Um conto de matrix - o crente e o ateu

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O garçom coloca mais uma cerveja gelada na pequena mesa circular que, de tão esquálida, trepida freneticamente. Não é possível saber ao certo se o pequeno terremoto é causado pelo peso da quinta garrafa depositada sobre ela ou pelo calor da discussão entre os dois amigos parcialmente entorpecidos. O maior e mais agressivo praticamente berra: Meu amigo, digo, por hora ainda amigo, quer dizer que o senhor conhece tudo que existe entre o céu e a terra? O rapaz por detrás de suas grossas lentes para miopia retruca comedidamente mas em tom firme: Ora, sei o suficiente para qualificar sua crença como improvável... - Minha crença? Espero que esteja ciente de que "minha crença" básica é compartilhada por milhões de pessoas em todo o globo! - Não nego, mas isso não reveste de credibilidade sua fé. Veja que uma quantidade muito maior de gente já acreditou que o corpo humano funcionava a partir de quatro humores primordiais como a bile negra, a bile amarela, o sangue e a fleuma.

A comida da Matrix - será que comemos algo muito diferente?

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As cenas com ação estonteante e cheias de efeito especiais de Matrix são realmente fantásticas, mas algumas das cenas do cotidiano dos despertos superam as expectativas pois possuem conteúdo filosófico profundo. A cena em que o grupo se alimenta da gosma com "tudo que o corpo precisa", talvez excetuando-se o sabor, é antológica. O alimento servido para aqueles que estão fora da matrix se resume a algo como um repositor lipo-proteico-vitamínico enriquecido com minerais que fornece os itens básicos para o funcionamento corporal. Grande probabilidade de muito destes componentes serem sintéticos ou transgênicos. O período é de guerra e provavelmente seu alimento é processado por alguma máquina que não pode se dar ao luxo de cozinhar como um renomado chef francês. Na verdade, parece que a comida servida é pior do que a vista em "2001 Uma Odisséia no Espaço" de Stanley Kubrick. Pelo menos em "2001" os tripulantes das naves comiam a sua pasta com apetite

Realidade na real - parte 3 - visão

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O ser humano possui uma boa capacidade visual. Na verdade, para um mamífero nossa visão não é das piores se compararmos com os cães que não enxergam cores. O carnaval seria muito mais sem graça se os desfiles fossem monocromáticos. Alguns primatas noturnos, no entanto, podem ver muito bem na penumbra da noite para caçar. Se compararmos com os animais do mar nossa visão também é muito boa. No mar os peixes, crustáceos e moluscos no geral não enxergam muito bem. Foco é um luxo. Cores? Algumas cores como o vermelho são quase invisíveis para a maioria dos animais marinhos aquáticos. Assim, muitos peixes usam esta cor para ficarem virtualmente invisíveis. Ah, aqui vale um parênteses para voltar aos mamíferos: os touros também não distinguem bem o vermelho do verde. Sim, eles são o que poderíamos chamar de daltônicos. Isso se deve a sua baixa especialidade de células sensíveis à luz. Assim, o que irrita o touro é o movimento que o toureiro faz com a capa e sua atitude desafiadora que de