Matrix e o entrelaçamento quântico
A teoria quântica possui tantos conceitos pouco ortodoxos, para não dizer malucos, que a física quântica tem muitas vezes se fundindo com uma gama imensa de conceitos holísticos, espirituais, esotéricos e por aí vai. Nada contra, afinal com provar o contrário? Ademais, vou tentar associar ela com fatos de um filme, que credibilidade eu tenho? Mas vamos lá.
No mundo quântico, aparentemente, as partículas subatômicas fazem o diabo. Coexistem em lugares diferentes ao mesmo tempo, voltam no tempo, coexistem no mesmo espaço com outros elementos ao mesmo tempo e por aí vai...
Para muitos físicos, a característica mais maluca é o que chamaram de entrelaçamento quântico. A ideia também não é nova tanto que, mais uma vez, o próprio Einstein deu seu veredito chamando o fenômeno do entrelaçamento quântico, escrachadamente, de "ação fantasmagórica à distância".
Não que ele achasse que houvesse algo de errado com a teoria quântica, até porque ele mesmo confirmou as afirmações, mas Einstein achava que a teoria estava tão incompleta que levava a interpretações absurdas. Ele chamou o entrelaçamento de ação fantasmagórica não porque duvidava de sua existência, mas porque desconfiava que com os dados da época (ou mesmo se houvessem os dados de hoje) um fato físico perfeitamente explicável se parecia com mágica.
Mas que mágica é essa? Bem, Einstein afirmou que nada no universo se move mais rápido que a luz. Contudo, o entrelaçamento induzia que haveria algo mais rápido que a luz. O pior é que esse algo também é desconhecido. O que é mais rápido que a luz?
Para ficar fácil de entender, vamos transformar um átomo em uma estrela-do-mar. Pegamos uma estrela-do-mar e arrumamos para ela uma parceira da mesma espécie. Rola um clima e elas ficam íntimas. Os dois equinodermos se tornam carne e unha, a ponto de que se uma mexe uma perninha a outra mexe também a respectiva e simétrica perna no mesmo exato momento, sincronizadamente. Quando uma virava, a outra fazia o mesmo movimento de forma idêntica e no mesmo tempo, mais perfeitos que os vistos nas belas atletas medalhistas de ouro de nado sincronizado.
Para complicar a vida das amigas estreladas, você pega uma delas e a manda para seu amigo mochileiro na Austrália e fica com outra aqui no Brasil. Surpreendentemente, você e seu amigo constatam que quando uma das pernas é movida a outra a move ao mesmo tempo e do mesmo jeito, a despeito da distância. A coisa é tão infalível que você e seu amigo criam um "código estelar" para se comunicar e conseguem passar mensagens um para o outro. O entrelaçamento quântico é isso. As partículas ficam tão próximas que seus movimentos se tornam um, independente da distância que, em tese, podem ser milhares de anos-luz.
Aí que reside a ação fantasmagórica de Einstein. Se, supostamente, você distanciar duas partículas um ano-luz que seja, a informação enviada por uma viajando à velocidade da luz, demoraria um ano-luz para chegar a outra. Contudo, a informação chega instantaneamente. Para que isso seja possível, algo, e sei lá o que é esse algo, viaja de forma quase que infinitamente maior que da luz. Isso era inconcebível para Einstein que formulou sua teoria da relatividade baseada na luz como a coisa mais veloz do universo. Até hoje, não só Einstein, mas a maioria dos cientistas ainda estão coçando a cabeça.
Se, e somente se, estivéssemos em um ambiente simulado como a matrix, o fenômeno não apenas se tornaria possível, mas se tornaria corriqueiro. No ambiente simulado, tudo seguiria leis rígidas que são simulacros dos fenômenos físicos, supostamente tão perfeitos que seriam indistinguíveis dos existentes no mundo físico. Se dentro desse mundo simulado houvesse o programa estrela-do-mar que impusesse que todas as estrelas-do-mar da matrix ficassem entrelaçadas desde que se tornassem carne e unha, isso simplesmente se cumpriria, independente de todas as dificuldades que impuséssemos. Isso seria possível, hipoteticamente, porque o mainframe da matrix iria impor isso como regra incondicional a todo mundo virtual e supostamente ao universo simulado na matrix. Bom, a matrix provavelmente não iria impor isso para as estrelas-do-mar, mas poderia impor para as partículas subatômicas sem prejuízos lógicos para o mundo macro.
Por fim, entrando mais ainda no universo matrix, o entrelaçamento quântico poderia ser a base da explicação de porque os tripulantes conectados à matrix morrem no "mundo real" quando morrem na matrix. Se seu avatar for constituído de "partículas" com características entrelaçadas com as partículas de seu "corpo real" seria natural que os danos ocorridos na matrix gerariam danos mentais idênticos tão contundentes que se manifestariam somaticamente. Mas, isso só seria aceitável se o "mundo real" da matrix também fosse simulado, ou seja, uma simulação dentro de outra. Ainda falarei mais sobre isso em outro artigo que a coisa está começando a complicar...
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