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Mostrando postagens de 2016

A vaca e a Matrix

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Gostamos de pensar que somos seres solitários. O famoso cineasta norte-americano Orson Welles, deixou a memorável frase: "Nós nascemos sozinhos, vivemos sozinhos e morremos sozinhos. Somente através do amor e das amizades é que podemos criar a ilusão, durante um momento, de que não estamos sozinhos." Mal sabia ele que é justamente o contrário: nós não estamos sozinhos. Somos um universo. Em verdade, há tantas outras criaturas em nosso corpo que, em termos numéricos, temos apenas cerca de 10% de células humanas. Os outros incríveis 90% são organismos componentes de nosso microbioma, ou seja, a enorme população de bactérias, protozoários, fungos, vírus e toda uma gama de criaturas fascinantes que, assim como Orson Welles, nunca sonhamos existir. E, de fato, elas estiveram, estão e estarão conosco até o fim de nossos dias. Mais verdade ainda: muitos estarão em nosso corpo, mesmo após nossa morte. Se alimentarão de nosso corpo, avançarão para áreas antes proibidas e se

Siga a borboleta branca - A escolha de Cypher

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Independente de sua religiosidade ou religião, a Bíblia Sagrada pode, no mínimo, fornecer muito material filosófico a ser ponderado e, com o coração aberto, promover grande crescimento espiritual e pessoal. Não pretendemos aqui discut ir muito profundamente o significado de cada palavra, ou mesmo desmistificar traduções e interpretações específicas. Na verdade, carece-nos o conhecimento para tanto.Contudo, desejamos atiçar sua curiosidade e seu desejo de compreender cada vez mais das mensagens de um homem com uma sabedoria incomum chamado Jesus. Queríamos, nesta oportunidade, falar sobre o evangelho de João, capítulo XII, que descreve os últimos dias de Jesus Cristo na terra. Como homem, Jesus sente certa apreensão no coração pela chegada de sua hora final, mas firme ainda profere as seguintes palavras: Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto. Quem ama a sua vida perdê-la-á, e quem neste m

Inteligência Artificial - A busca pela alma perdida

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Recentemente, Stephen Hawking, um dos mais proeminentes cientistas do mundo, declarou publicamente que o surgimento de máquinas "pensantes" poderia significar uma ameaça à existência humana. A partir daí, o assunto voltou à tona e muitos especialistas começaram a debater a respeito. Na verdade, o assunto não é novo. A polêmica passa pelos neoludistas como o cyber terrorista Unabomber , do qual já falei em um artigo, e chega até o renomado futurólogo e um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento e avanço da IA (Inteligência Artificial), o engenheiro Ray Kurzweil. Kurzweil é uma paradoxo. Trabalha para o desenvolvimento de algo similar à inteligência artificial e, ao mesmo tempo, teme de certa forma a incerteza da "Singularidade". O termo moldado por ele mesmo abarca o momento no qual nossa titularidade de seres mais inteligentes do planeta termina. O bastão então seria passado para nossos próprios filhos de silício. A dúvida, inclusive de Kurzweil, é

Um conto de Matrix - A carne que pensa e o silício que sonha

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A criança corre tentando escapar de seus captores. Apesar de ser uma das menores da turma ainda é a mais rápida, seus amigos não tem a menor chance. A bola, habilmente controlada pela garotinha, corre pela grama em direção a dois marcos de pedra dispostos junto ao limite do gramado com da pista de Cooper. O dia está claro e o sol aquece a pele de todos, perfeito para pegar uma cor, ao menos para aqueles que se aventuravam a enfrentar a possibilidade de um melanoma. A chance de pegar com aquele solzinho matutino não é muito grande, mas não é o que a maioria dos médicos de pele acha. Sobre pegar um melanoma não sobre pegar o bronzeado. Um garoto gordo, que se esforça para alcançar o grupo, acaba perdendo o equilíbrio como se suas pernas já não conseguissem acompanhar o deslocamento do corpanzil. Cai em câmera lenta e após uma queda com som seco, desliza quase um metro pelo gramado polido. O clima é festivo. Alguns, inexplicável e repentinamente, começam a ter sensações de déjà vu .

Ceticismo e fé - a eterna batalha entre a ciência e religião

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Quando um ateu e um crente discutem as razões de suas crenças ou, no caso dos ateus, descrenças, não é raro que a discussão vire uma gerra de proporções épicas. Parênteses para alinhar conceitos: entenda-se aqui um crente em uma das três principais religiões monoteístas, ou seja, o cristianismo, o judaísmo e o islamismo. Por ateu, entenda-se aquele que não crê na existência de Deus e, mais, não profere qualquer fé religiosa. O ateu geralmente ataca se referindo à religião como objeto de obscuridade e, quando em mãos inescrupulosas, responsável por diversas manipulações e atrocidades históricas e atuais. Aqui, falam da inquisição católica, da guerra santa islâmica, do conflito entre judeus e árabes, dentre outros. Os crentes responsabilizam os maus líderes religiosos e não a fé em que ela se baseia. Os ateus retrucam a negação de fatos científicos como a teoria da evolução de Darwin. Os crentes, alegam interpretações incorretas dos escritos sagrados, sua linguagem figurada ou mesm

O neoludismo de Unabomber - Você tem medo do progresso?

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No filme Terminator , aqui conhecido como o "O Exterminador do Futuro", máquinas acabam por adquirir inteligência e, claro, resolver exterminar a raça humana da face da Terra. Realmente não somos muito populares entre as máquinas. Na trama (alerta de spoiler !), a heroína Sarah Connor, então uma simples garçonete, se descobre como mãe do messias guerreiro que ainda viria a nascer. Seu filho, John Connor, seria uma peça chave na resistência humana contra as máquinas. Tão relevante seria a atuação de seu filho que as máquinas resolvem, literalmente, cortar o mal pela raiz, mandando um andróide modelo T-100, um terminator ou exterminador, para liquidar a mãe o que consequentemente aniquilaria o líder John Connor. A trama é interessante, mas a questão mais interessante vem nas continuações do filme. Em determinado momento (o filme é velho, mas vamos tentar reduzir o spoiler ), alguém tem a brilhante ideia de utilizar a estratégia das máquinas contra elas mesmas.

Filosofia da vida e da morte

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O ano de 2016 mal começou e duas pessoas ligadas a mim já faleceram. Um primo querido nos primeiros dias de janeiro e um amigo, agora, no final deste fatídico mês. O primeiro de derrame cerebral, o segundo de enfarto fulminante. Nos dois casos não houve muito o que fazer. Um não era lá muito religioso, o outro um fervoroso temente a Deus. Ambos pais de família. Ambos com dois filhos ainda crianças ou adolescentes. Ambos com muito ainda para fazer. Ambos de repente e sem aviso. Ambos deixando uma legião de inconsolados. Ambos gerando um turbilhão de questionamentos filosóficos sobre a vida... A morte vem para todos. Não escolhe credo. Não vê classe social. Não vê estado geral clínico. Situação financeira. Círculo social. Relações interpessoais. Cor. Idade. Maneira de viver. Sofrimento. Família. Amigos. Política. Alguns a temem mais que outros. Muitos tentam explicá-la, entendê-la, justificá-la ou ignorá-la. Mas, de fato, dentre os crentes e descrentes, fica a desconsolo na maior p

Desarme a indústria alimentícia - conheça suas armas

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Em The Matrix, as máquinas manipulam a mente humana para convencer o cérebro de que ele se alimenta de coisas gostosas, quando, na verdade, o corpo apenas recebe nutrientes brutos e básicos. A princípio, esse ardil nos escandaliza e nos ofende profundamente em nossa honra e dignidade. Mas, analisando a questão com mais imparcialidade, podemos verificar pontos interessantes. O primeiro ponto é do alimento de fato que as máquinas introduziriam em seu "gado encasulado". Convenhamos que às máquinas não interessariam que sua safra ficasse doente, mesmo porque elas dependiam da energia fornecida por ela. Assim, apesar de convencer mentalmente os humanos de que se alimentavam de toda sorte de nossas porcarias modernas, como doces, salgadinhos, sanduíches, bifes gordurosos, batata frita, refrigerante, cerveja e outros tantos alimentos "reais" que consumimos aos montes, na verdade, nos era injetados nas veias nutrientes puros que manteriam a saúde de grande parte da safra