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Mostrando postagens de 2017

Somos livros velhos

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Um amigo meu, um dia desses, me mandou um e-mail (até isso está ficando ultrapassado) com um texto muito interessante. Era um texto atribuído a um tal de Vasques e dizia o seguinte: O homem pode ser lido. A vida é análoga a um texto.  A hermenêutica contemporânea estende esta noção para todos os campos da existência humana.  Assim como um texto a vida expressa sentimentos construídos através da leitura, da interpretação e da compreensão.  Dessa maneira leitura torna-se uma metáfora para problematizar a pluralidade das formas de ser e estar, incluindo fenômenos sociais, culturais, educacionais, subjetivos. Somos todos livros/textos inacabados a espera de leitores generosos. Gostei muito da analogia, mas o engraçado é que me senti velho com o texto. Eu me senti um autêntico livro de prateleira, velho e cheio de poeira. E, dentro deste sentimento, acabei respondendo ao meu ilustre amigo Isael as seguintes linhas: Sim, acompanhando a analogia, as nossas crianças são livros di

A Matrix existe - A Hipótese da Simulação

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Para os fãs de Matrix é fácil entender a chamada Hipótese ou Teoria da Simulação. Esta hipótese simplesmente afirma que podemos estar em um mundo ou universo simulado. Mais ainda, teoriza que há muito mais probabilidade de estarmos em uma espécie de simulação, como a simulada pela matrix, do que na realidade que cremos estar. Em um primeiro momento, até mesmo para os fãs de carteirinha do filme, basta dois segundos para concluir que esta hipótese é bobagem pura, afinal, sabemos o que é real e, ademais, Matrix é apenas uma obra de ficção, ainda que muito bem elaborada e cheia de filosofia. Agora advirto: os argumentos da Hipótese da Simulação não são tão fracos assim e, se você se despir de seu materialismo inato, fatalmente ficará com uma pulga atrás da orelha como Neo que sentia que algo não estava certo. Diga-se de passagem, o personagem Neo guardava seus programas hackers dentro de um livro transformado em caixa, entitulado Simulacro e Simulação, do escritor francês Braudrillar

Racionalismo versus Religiosidade - Deus é incoerente?

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Recentemente, a Universidade Mackenzie inaugurou um centro de ciência, fé e sociedade. Considerando sua condição de Universidade Presbiteriana não parece algo tão inapropriado. Contudo, um dos objetivos do centro é estudar e defender a TDI, ou seja, a teoria do design inteligente. Esta teoria, em suma, tem prerrogativas antievolucionista e prega que os organismos são de tal nível de complexidade que jamais poderiam ter surgido espontaneamente, assim, exigindo a existência de um projeto e, claro, de  um projetista, no caso, Deus. Nossa ciência ainda está em um nível que nega qualquer influência de um ser superior. Talvez, com mais evolução e desenvolvimento descubramos que as teorias criacionistas e evolucionistas tenham mais em comum que qualquer um dos lados imaginou ou, quem sabe, descubramos que é a mesma teoria. Carl Sagan já sugeria que uma tecnologia suficientemente avançada não seria distinguível da magia, ao menos, no nosso atual nível de desenvolvimento. Sagan se referia

Pensamento Híbrido e IA - A Extinção da Raça Humana

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Trinta anos. Talvez menos. Este é o período aproximado que resta para a raça humana. Pelo menos, para a raça humana como a conhecemos hoje. Novamente, Ray Kurzweil, o futurólogo da Google está pincelando seus vislumbres proféticos. Recentemente, li um de seus livros mais famosos: "A Era das Máquinas Espirituais". Realmente, ele nos faz pensar. Sua visão do futuro é, no geral, otimista, mas mesmo ele não nega as possíveis implicações negativas. De forma geral, a tese que discutirei aqui, baseado no livro de Kurzweil, invalida parcialmente o que eu disse no meu artigo "Inteligência Artificial - A Busca pela Alma Perdida". Lá está clara a divisão entre homens e máquinas. Seriam duas "raças" diferentes, no caso, a nova raça, as máquinas pensantes, evoluiriam mais rápido que nós, seres baseados em carbono, de forma que inevitavelmente nos superariam como raça dominante do planeta. Neste momento seria  impossível prever as consequências para a humanidade, at